As mulheres da família

Você sabe como sua avó nasceu? Onde cresceu, como foi criada, aonde estudou, como conheceu seu avô? E sua mãe? Já conversaram sobre a infância e juventude dela? Suas tias, por parte de pai e de mãe, já sentou pra bater um papo e saber mais da vida delas?

E se eu te disser que, além de bastante interessante, enriquecedor e até divertido, essas conversas são muito importantes para você saber sobre sua própria história e sua saúde?

Nós somos uma colcha de crochê genética.

Independente da abordagem adotada pelos profissionais de saúde que te acompanham, o histórico familiar é (ou deveria ser) assunto para as primeiras consultas. Nossa herança genética é sim algo muito relevante a ser considerado até mesmo para definir os possíveis tratamentos que nos podem ser oferecidos. E quanto mais a gente souber das mulheres da nossa família, mais informação teremos para auxiliar nas tomadas de decisão.

Eu sei que nem toda família tem por hábito conversar sobre questões de saúde, e que nem toda tia, avó, mãe tem essa disposição pra falar da própria vida. Se é o seu caso, converse com aquelas que têm mais boa vontade e diga claramente que são coisas que você precisa informar numa consulta de saúde, às vezes dá certo. Na minha família mesmo, que é super conversadeira, tem algumas tias que jamais falaram de qualquer situação de saúde comigo, ou mesmo com as irmãs, e vivem todas as agruras em segredo e em silêncio. Esse tabu é algo muito comum e muito prejudicial às mulheres, e nós, que somos de uma geração que entende a necessidade de cuidar melhor de nós mesmas, podemos modificar isso e impedir que essa cultura de silêncio seja passada adiante.

Por isso, converse, pergunte, se interesse pelas mulheres da sua família. Se você tem filhos, estimule que eles conversem com suas tias sobre a vida delas. Escute a mesma história várias vezes, pergunte, conte da sua vida. Essa troca intergeracional é gostosa e muito enriquecedora, além de bastante relevante para sua própria saúde. 

PS: substitua “mulheres” por “homens” e a dica é a mesma. Parto do pressuposto que quem lê aqui é mulher em função do tema. Mas a recomendação serve pra todos, todas e todes, conversem com as pessoas da família pra entender o histórico de saúde, pois muitas coisas tendem a se repetir por várias gerações.

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